Chefe do golpe, Douver Torres Braga foi preso em fevereiro na Suíça pela Interpol e extraditado para os Estados Unidos. Operação da PF mira esquema internacional de pirâmide financeira
A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quarta-feira (30) a Operação Fantasos, contra um esquema internacional de pirâmide financeira com lavagem de dinheiro por meio de Bitcoins. A Justiça Federal determinou o sequestro de bens e valores de R$ 1,6 bilhão — montante arrecadado em cerca de 2 anos.
A TV Globo apurou que o articulador do golpe, Douver Torres Braga, de 48 anos, foi preso em fevereiro na Suíça pela Interpol e extraditado para os Estados Unidos. Segundo autoridades norte-americanas, o Trade Coin Club lesou 100 mil investidores em todo o mundo ao prometer rendimentos de 11% ao mês com um “robô de microtransações massivas” — mas tudo era um ardil.
Agentes saíram para cumprir 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Petrópolis, na Região Serrana, e Angra dos Reis, na Região dos Lagos, com o objetivo de recuperar bens.
A PF diz que Douver arrecadou com as fraudes pelo menos US$ 295 milhões (R$ 1,6 bilhão) entre dezembro de 2016 e maio de 2018, “lesando milhares de investidores ao redor do mundo”.
As investigações contaram com o apoio das agências estadunidenses FBI (Federal Bureau of Investigation), HSI (Homeland Security Investigations) e IRS-CI (Internal Revenue Service Criminal Investigation).
A ação desta quarta-feira visa a coletar provas para reforçar a investigação, a identificar outros envolvidos no esquema criminoso e a recuperar bens e ativos adquiridos com o proveito dos crimes.
PF cumpre mandado na Operação Fantasos
Reprodução/PF
Entenda o esquema
Em novembro de 2022, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) anunciou acusações contra Douver e outras 3 pessoas por um esquema Ponzi de criptomoedas que arrecadou mais de 82 mil bitcoins, avaliados em US$ 295 milhões na época, de mais de 100 mil investidores em todo o mundo.
De acordo com a denúncia da SEC, Douver criou e controlou o Trade Coin Club, um programa de “marketing multinível” que operou de 2016 a 2018, prometendo lucros provenientes das atividades de um suposto bot de negociação de criptoativos.
A SEC alega que Douver atraiu investidores com falsas representações de que o bot realizava “milhões de microtransações” a cada segundo, garantindo retornos mínimos de 0,35% ao dia. No entanto, em vez de usar os fundos dos investidores para o tal bot de negociação, Douver teria desviado os recursos para seu próprio benefício e para pagar uma rede de promotores do Trade Coin Club.
O Trade Coin Club operava como um esquema Ponzi, onde os saques dos investidores eram feitos inteiramente a partir dos depósitos de novos investidores, sem qualquer atividade de negociação de criptoativos. Douver teria recebido pessoalmente pelo menos 8.396 bitcoins dos valores investidos.
PF mira esquema de pirâmide que arrecadou R$ 1,6 bi em 2 anos
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